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Novas descobertas com relação a mim e meus filhos.


Decidi constelar a minha relação com meu filho mais velho, de 36 anos, pois se houvesse alguma coisa que eu pudesse fazer para mudar a situação, era a hora. Dra. Carmem me disse que  a abordagem seria através de mim. 


Ele havia  dado entrada no hospital, e ao invés de sair, a cada dia, uma coisa se acrescentava ao quadro, e ele lá ele permanecia. Além da pressão alta que não cedia, diabetes também foi detectava. Eu estava desnorteada, não sabia o que pensar ou fazer. 


Logo de início, já fiquei bem mais calma, muito aliviada,  quando tivemos a conversa para definição do tema. Parece que as coisas já começavam a entrar nos eixos, pois além de meu alívio, na véspera de minha constelação, ele saiu do hospital. 


Uma coisa que muito me impressionou, foi o fato de que ao acordar no dia da constelação, olhei no espelho e senti: estou pronta! Aí eu me estranhei, pensando, mas pronta para quê? Era o meu dia, e eu não havia acordado pensando nisso, somente sentindo que estava pronta. Uma sensação bem gostosa, senti segurança. 


Minha constelação foi muito emocionante, de começo a fim. Imediatamente surgiram no campo através dos representantes, os sentimentos de meu filho com relação a mim e os meus em relação a ele. Tive um impacto muito forte. Eu achava que muito do que acontecia com meu filho, tinha a ver com as posturas do pai dele!! Pois nessa hora eu enxerguei toda a dificuldade que eu sempre tive, não sabia porquê, de me aproximar dele. E o representante  dele disse que esse era também o sentimento que ele tinha em relação a mim. Fiquei muito surpresa, não esperava que isso surgisse assim. 


Saí aliviada da constelação. Os movimentos foram muito fortes.  Parecia que haviam tirado um peso de mim. A partir de então, os fatos e percepções foram acontecendo.


Meu filho que havia saído do hospital, começou então a apresentar algumas mudanças. De repente, eu comecei a enxergar o garoto que ele um dia tinha sido. Parecia que alguma coisa da criança dele havia saído para fora. Ele começou a brincar com o sobrinho pequeno na maior leveza, rindo muito, com eu já não me lembrava. Ele e meu neto ficaram muito unidos, e passaram a brincar como duas crianças. Esse filho era  o mais sorridente dos três, e foi perdendo isso com o tempo, tornando-se uma pessoa fechada, séria, que não sorria  e que  não tinha mais  essa leveza que eu estava vendo agora. O  falar dele está mais fácil, está mais acessível,  mais solto, mais à vontade, do jeitão dele. 


A mudança na risada dele é o que mais chama a atenção. Parece um moleque. Eu me senti mais leve com a constelação, e aparentemente, esse peso dele tinha a ver comigo. A conversa entre nós era meio truncada, um não escutava o outro. Agora está mais fácil conversar com ele, a conversa rola. 


Interessante também, é que o clima com os outros filhos mudou também, para melhor. Nós não somos de falar muito, mas os quatro juntos fica muito gostoso. A convivência tornou-se mais fácil, o estar junto é que está diferente. 


Um aspecto muito revelador, foi que eu acabei percebendo que  não me sentia mãe de meus filhos, e sim amiga. Comecei a  sentir isso bem fundo dentro de mim. Tem mãe que carrega, põe no colo, mas eu não era assim. Queria estar junto, escutar, mas percebi que eu não sabia cuidar. Foi o que consegui, estou em paz com isso, mas hoje a amiga se foi. 


 E lembrei que minha filha sempre reclamava que eu cuidava mais de meus irmãos do que dos filhos. Senti que essa era a minha disponibilidade. 


Só que acabaram acontecendo mudanças em meus três filhos! Meu filho caçula que participava muito pouco,  está com atitudes diferentes, se interessando pelos afazeres da casa, me ajudando com coisas que estavam paradas há anos. Ele arrepiou, e fizemos uma revolução! Trabalhamos juntos por dois dias, e foi muito bom pois estou vendo um outro filho.  Isso foi bom também pelo  meu filho mais velho, que sempre era o mais responsável por tudo. As coisas se encaixaram. Minha filha está mais doce comigo, mais suave e mais calma. 


Antes eu me perguntava, porque me sentia só amiga de meus filhos. Há coisas que para mim ficaram agora no  passado. Nessa arrumação que fiz com meu filho, ia jogando as coisas no lixo, sentindo que muita coisa estava deixando para trás . Tinha muita coisa acumulada. Essa coisa de amizade ficou no passado. 


Agora é a Neusa quem está sentada aqui. Nos últimos tempos, sou eu presente. Agora me sinto mais eu, é muito louco! Agora sou eu. Engraçada essa sensação !  Eu ainda quero muita coisa, e em primeiro lugar eu quero a Neusa, eu me quero. Quando cheguei e vi meu filho querendo arrumar a casa, senti: ESTOU AÍ ! Eu antes não tinha forças, energia, para mudar as coisas no meu quarto, por exemplo. 

Hoje percebi que meu filho mais velho me olhava de uma maneira esquisita, parecia que não me via. Acho que essa era a situação. Eu não estava  presente, ele não me via. Na verdade, os três desfrutaram de meu “retorno” . É libertador. 


Neusa. 

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