As vezes a vida nos permite conhecer o inimaginável, o exuberante, o maravilhoso! Foi o que senti quando tive a oportunidade de morar no Irã.
Não sei explicar, mas desde que soube que o Irã era o meu destino, não fiquei preocupada, não me abalei, mas sabia que minha vida mudaria e tudo bem, pois sentia que estava pronta, essa era minha única certeza.
Segui rumo ao Oriente e fui tranquila, pois sentia que a vida tinha me preparado para estar ali naquele momento.
E a medida que o tempo passava fui percebendo que naquele lugar tão distante do meu país de origem, o mundo fez sentido, eu me sentia integrada àquele lugar, eu sentia que fazia parte de tudo.
Então, chegou o momento de regressar ao meu país…
Nossa! Quanta tristeza, foi a despedida mais difícil da minha vida, lembro até hoje do caminho até o aeroporto, eu queria ficar, mas não podia! era tanta dor, sentia que meu coração ficava no Irã, naquele país tão distante e assim a saudade já me castigava.
Voltei aos poucos e em cada lugar que parei algo do Irã se apresentava, uma música que tocava de maneira inesperada, um filme que surgia, amigos que encontramos, uma reportagem em uma revista, e fui percebendo que não seria fácil enfrentar a nova realidade, mas era necessário.
E assim a vida seguiu. Depois de um tempo tive oportunidade de olhar toda essa saudade em uma constelação, foi um momento muito significativo, carrego no coração tudo que foi visto.
Hoje sinto que a vida me presenteou novamente, depois da constelação veio um grande alívio, a tristeza passou, ficou o amor. Percebo que agora tenho um olhar diferente, um olhar cheio de amor, um amor sem a tristeza da falta, onde cada imagem que chega é motivo de contentamento, enche o meu peito, me completa, pois o Irã está em mim, e em cada foto, cada música, cada filme, cada tapete, cada vaso, cada prato, cada lenço cada pequena lembrança deste país amado constato isso e assim meu coração encontrou a paz que buscava.
Valesca.
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