Percebemos o processo criativo, como uma conexão entre o fluxo do que temos
dentro de nós, com o que está fora. E porque temos tanta dificuldade em manifestar esse nosso potencial inerente? O que realmente essa dificuldade pode representar?
Seguimos junto com Eckhart Tolle a partir de agora, trazendo aspectos significativos
para pensarmos em nosso processo criativo como parte dessa riqueza.
No final, você vai encontrar o vídeo na versão original, cujo conteúdo em parte
transcrevemos aqui. Poderemos assim, estabelecer as conexões entre criatividade e constelações familiares, facilitando a manifestação desse nosso potencial inerente.
Quando apresentamos a conta ao universo
Eckhart Tolle menciona, que quando achamos que deveríamos receber de fora amor,
abundância e reconhecimento, estamos na verdade, privando o mundo desses
aspectos. Pois o que percebemos como ausente, faz parte de nós, de nossa essência.
Então, temos que descobrir dentro de nós, o que achamos que o mundo não está nos
dando, para que assim ele manifeste.
Mesmo dentro de nós, como a criatividade, por exemplo, a questão é que temos que
permitir que flua para fora. Aí então, o mundo retribui e te dá de volta. Ele só devolve,
o que você reconhece em você primeiro. Essa riqueza sendo reconhecida em nós,
encontrando o externo, volta para nós como manifestação desse reconhecimento.
O amar de Eckhart Tolle e Bert Hellinger
Tolle segue mencionando a importância do amar, assim como é. A vida como é, com
apreciação a cada forma de vida. Todos os dias, reconhecendo e apreciando o que
está a seu redor, como um objeto em sua presença silenciosa. Colocando para fora
essa apreciação, expressamos uma forma de amor.
Conta ele, que quando tinha uma bicicleta e a estacionava, ele olhava para trás, e
sentia esse carinho, essa apreciação pela bicicleta. O mesmo para quando ele
comprou um carro. Ele olhava para trás, e demonstrava esse sentimento de
reconhecimento, não pela marca ou conquista do carro, mas pelo “ser” do carro, por
sua manifestação. Aí conseguimos reparar, que há um fluxo de dentro para fora, você
consegue assim, manifestar essa energia para fora.
Solução sistêmica
Esse é um movimento significativo, para os estados nos quais estamos “aprisionados”,
como na depressão. Não conseguimos nos deslocar para fora, estamos presos num
quarto escuro, e não conseguimos nos relacionar com a natureza, com o prazer, a
partir de nosso fluxo interno de vida.
Ele questiona quando dizemos que não nos sentimos amados, por exemplo.
Conseguimos fazer uma conexão autêntica com o outro? Conectar-se não apenas no
interesse de receber algo em troca?
Na autenticidade dessa conexão, entram as constelações familiares. Muitas vezes,
estamos impedidos de uma conexão autentica, envoltos em impedimentos invisíveis.
As dinâmicas familiares, o desequilíbrio nas leis do pertencimento, equilíbrio entre o
dar e receber e hierarquia, podem provocar essa impossibilidade. Exemplos são uma
mãe ou pai que não consegue expressar amor ou aprovação por um filho, um filho que
não se sente amado ou reconhecido. Esse ser segue a vida toda intranquilo, na busca
desse amor, desse reconhecimento, nesse “desajuste”. O alívio será sentido quando,
através de uma constelação, por exemplo, consegue aceitar o que os antepassados
têm para oferecer.
Estabelecendo conexões
Eckhart Tolle fala do fluxo da atenção. Sua conexão com o que está fora é autêntica?
Propõe a conexão com o estado do “ser”, do estar presente. A abundância está ligada
à plenitude da vida a cada momento, antes da vida te dar de volta o que se chama
abundância, de forma convencional.
Em qualquer lugar você pode apreciar a abundância. O fluxo, movimento da vida.
Pode estar num shopping, também. Não precisamos de nada, para apreciar. Nossa
atenção só precisa estar lá, nas formas de vida. As formas de vida são um aspecto da
abundância. Se nos colocamos em contato com a abundância fora, nos conectamos
com a fonte de vida dentro de nós, antes que a vida se manifeste como uma forma de
vida. Agimos em sintonia com o futuro almejado.
Em outras palavras, reconhecendo, manifestamos. Reconhecendo nosso potencial
criativo, possibilitamos sua manifestação.
Insegurança em manifestar a criação
Se enxergamos a manifestação de nossa criatividade como “imperfeita” ou “perfeita às
vezes”, não estamos manifestando a realidade plena que nos é inerente. Estamos
manifestando um “impedimento” individual em nosso sistema. Quem diz “eu sempre
vivi com tão pouco”, da mesma forma, percebe sua vida como tendo sido limitada pela
escassez, e expressa a criatividade na proporção.
Eckhart Tolle diz que quando ele tinha apenas uma bicicleta e vivia num estado, que
pelos padrões europeus da época, era considerado abaixo do mais baixo nível de
pobreza, ele não percebia sua vida dessa maneira. Essa é a diferença, a percepção
de que sua vida foi e é abundante, independe de suas posses. Não precisamos “ter”
para nos sentirmos abundantes. Postura essa que inicia o processo de fluxo e
reconhecimento.
Atitude sistêmica.
O que está fora, “gosta” de ser reconhecido, diz ele. E a vida simplesmente dá de
volta, como confirmação. Quer coisa mais sistêmica que isso?? Ele menciona um
amor “não convencional”, do qual Bert Hellinger fala o tempo todo. Trata-se de
demonstrar apreciação e dar espaço para o outro ser, sem julgamento. Como
expressão de uma “bondade amorosa”, citada pelos budistas.
Trata-se de uma condição, que nada mais é, que a possibilidade de um “centramento”.
Acima de importar-se de forma autêntica, de reconhecer a abundância fora, quando
vamos fundo na fonte, manifestamos um estado de “consciência incondicional”. E essa
“consciência incondicional” pode ser liberada, desde que abençoada pelo nosso
sistema familiar.
Eckhart Tolle traz nesse vídeo, a essência da abundância, que pode ser ampliada em
várias direções.
Créditos:
Carmem Carvalho Fabiola Notari
@constelandinho @ser.criativo.agora
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