Eu estava procrastinando, sem vontade, sem coragem, sem acreditar nos próximos passos nessa etapa de minha vida, que afirmo ser muito boa. Estava travada diante de imensas possibilidades que o universo estava me trazendo, me chamando, estava acenando para mim, de várias formas, mas eu continuava paralisada diante dos próximos passos, sem “enxergar” e sem entender.
Foi numa primeira constelação que esse processo começou. Nela, buscava transformar um tema pessoal de relacionamento, e desta vez, o campo já mostrou outros aspectos importantes, para os quais eu poderia olhar. A questão inicial se transformou dentro de mim, e depois de alguns meses, procurei a Carmem novamente, pois fatos me levaram agora, para essa outra questão!
Na segunda constelação, cuja oportunidade surgiu “de repente”, veio a compreensão de minha criança interna, que se sentia invisível, sem valor, sem merecimento, cuja mãe passou pelo mesmo. Sempre fui obediente, dedicada às minhas tarefas, estudos, esporte, casa, trabalho. Mas o fato é que sempre duvidei de mim mesma, da minha “importância”, da minha serventia... Até então não acreditava em mim. Insegurança nos papéis de mãe, de esposa, profissional, das conquistas. Medo de não estar sendo boa o suficiente.
Antes dessa compreensão, alguns anos de terapia me ajudaram a me conhecer, me aceitar e dar início a uma busca que me trouxe até à constelação.
Com a constelação, veio a clareza. Luz, conexão, uma explosão de “agora faz sentido”, Surpreendente! Foi lindo! A sensação de “ficha caindo”, mas não era apenas uma, eram muitas fichas, todas em relação ao que eu estava buscando encontrar. Tudo conectado. Foi ao longo de um dia, no cotidiano, dirigindo, conversando, lendo, trabalhando, amparando minha filha num momento de dor, foi marcante! Uma sensação de clareza e de paz. Mas uma sensação tão boa!!! Quero mais disso para minha vida.
Me senti completamente diferente; o que era “separado em caixinhas” (mãe, esposa, profissional, na família e com os amigos), se juntou, unificou, parece que consigo ser integralmente eu mesma, uma só em todos esses papéis que sempre desejei vivenciar, desde criança.
Ao longo daquele dia tão marcante, tão significativo e pleno, alguns filmes da minha vida se passaram em minha cabeça, algumas falas, como se completasse tudo o que era uma dúvida, um desconhecido.
Eu estava transbordando de paz e plenitude. Tanta coisa que estava na minha cara e eu não enxergava!
Ocorreu um desbloqueio enorme. Passei a acreditar e a entender que sim, a vida pode ser boa, sem sentir culpa. Senti que a vida é boa, e que posso usufruir sempre mais disso, sem ter que me cobrar ou me sentir desconfortável e sim, sentindo a gratidão por tudo que se passou, por tudo que se passa, gratidão pelo que está por vir. Consciência de poder entregar ao universo os frutos de tudo o que ele me oferta de bom.
Laura.
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